domingo, 18 de janeiro de 2009

Teste 4rodas de 1971 - Opala SS 4 portas

Na edição de março de 71, o diretor da Lotus e seu melhor piloto avaliaram o LTD, Corcel GT, Puma, Volks TL, Opala SS e Charger

Na edição de março de 71, o diretor da Lotus e seu melhor piloto avaliaram o LTD, Corcel GT, Puma, Volks TL, Opala SS e Charger.Pra não comparar o Opala com o TL, Corcel e o LTD que são de caracterísiticas diferentes, será postado apenas sobre o Puma, Opala SS e o Charger.

CHARGER R/T

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CHAPMAN: O estilo do Charger R/T agradou muito a Chapman. Ele apontou como bons detalhes o teto rebaixado na traseira e os faróis embutidos. Antes de sair para a pista, elogiou também o acabamento. Com metros adiante, experimentou os freios e não gostou. Disse que poderiam ser melhores. No fim do retão, a 160 km/h, criticou novamente os freios. Achou que eles eram insuficientes para a potência e o bom desempenho do carro. Foi nas curvas do miolo do circuito que ele mais elogiou o R/T, por sua obediência e pela maciez da direção hidráulica.

Gostou da estabilidade e da posição da alavanca de câmbio, instalada no console central. Mas achou ruim a posição dos pedais: muito altos e perto um dos outros. Explicou que, num carro com o desempenho esportivo do Charger R/T, os comandos precisam ser adequados para responder aos movimentos rápidos do motorista.

EMERSON: "Ótima estabilidade, obediente, gostoso de dirigir e direção excelente", comentou Emerson depois de ter chegado aos 160 km/h marcados no velocímetro do Charger R/T, no fim da maior reta de Interlagos. Ao contrário de Chapman, ele só usou os freios 100 metros antes da curva, ao mesmo tempo que reduzia da quarta para a terceira marcha e fazia os pneus rangerem na pista.

No miolo do circuito, Emerson exigiu ainda mais do R/T e elogiou sua arrancada, que o ajudava a sair das curvas com facilidade. Gostou também do comportamento neutro do carro: nas curvas, ele não mostrou a tendência de sair de frente ou de traseira. Mas como Chapaman, achou que eles são muito próximos uns dos outros e dificultam as manobras mais rápidas.

Emerson disse que gostou do R/T, que escolheria um para uso pessoal, se fosse para ficar no Brasil.

PUMA 1800
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CHAPMAN: Antes de sair para a pista com o Puma, Chapman o examinou bem, elogiando seu estilo e acabamento. E, quando soube que o motor era Volkswagen de 1800 cc, entusiasmou-se. Logo que começou a andar, entretanto, achou muito elevado o nível de ruído interno: "Muito barulho; parece que é porque o motor fica logo atrás da gente". Queixou-se também da posição de dirigir: "O curso nos pedais é muito longo e o volante fica alto demais.

No retão, quando o ponteiro marcou 175 km/h, Chapman achou que o velocímetro estava marcando demais. Logo depois, antes da primeira curva, experimentou os freios e gostou do resultado. Gostou também da estabilidade do Puma, mas disse ter-se decepcionado um pouco com o desempenho do carro. "A aceleração é boa, mas, comparada com os modelos europeus de estilo semelhante, acho que ele anda muito pouco. Suas linhas merecem mais".

EMERSON: Emerson considerou muito bonitas as linhas do Puma e gostou do "toque agressivo" das rodas de magnésio aro 14. Mas disse que o acabamento geral poderia ser melhor. Quando começou a andar, criticou os pedais, muito longos e o volante muito alto. Achou muito alto também o nível de ruído interno, mas disse que num carro esportivo isso não é defeito.

Depois de fazer algumas curvas em manobras rápidas e fáceis, elogiou a estabilidade do Puma: "Firme como uma rocha". Mas não gostou muito dos freios por achar que não são progressivos como deveriam ser.

Quando êle deu o máximo com o Puma, o ponteiro chegou a indicar 190 km/h. Mas assim como o Chapmand, Emerson também achou que o velocímetro estava marcando demais. Concluiu assim mesmo que a aceleração e a velocidade máxima do Puma podem ser consideradas boas, mas que ele deveria ser um pouco mais potente.

OPALA SS

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CHAPMAN: Chapman gostou muito do Opala 4100cc por suas "linhas sóbrias, estilo compacto, aparência sólida e bom acabamento". Logo que saiu para o teste, considerou confortável a posição de dirigir e fácil de manejar a alavanca de câmbio no assoalho. Com facilidade chegou ao fim da maior reta a 170 km/h. Mas, quando tentou frear, não conseguiu: os freios falharam e só começaram a funcionar depois que apertou o pedal algumas vezes seguidas.

"Deve ter havido alguma falha de ajuste na montagem dos freios", comentou. Disse que o defeito pode ter sido eventual, mas ao dar nota, preferiu considerá-los "ruins". Depois disso, entrou muito quente numa curva, mas sorriu satisfeito quando o carro obedeceu bem e fêz a curva sem problemas. Por fim disse que, se fosse comprar um dos carros que testou no Brasil, escolheria o Opala 4100. "Ele acelera muito bem, é macio, veloz e estável. Mas os fabricantes devem tomar mais cuidado na montagem do freio".

EMERSON: O desempenho esportivo do Opala SS foi o que mais impressionou Emerson: chegou aos 180 km/h marcados no velocímetro e elogiou a estabilidade do carro. Gostou também da posição de dirigir, da alavanca de câmbio instalada no console e achou ótimos os freios (que não falharam, ao contrário do que ocorreu com Chapman). Mas achou muito alto o nível de ruído interno e fez outras restrições:

"Acho que o carro poderia ser um pouco mais baixo e ter rodas mais largas. Talvez isso melhorasse sua tendência de sair de frente, quando a gente entra muito quente nas curvas".

Também não gostou do estilo: achou que as linhas poderiam ser " mais atuais" e que um carro com o desempenho do Opala SS deveria ter duas portas e não quatro:

"Aquelas faixas pretas pintadas nos lados e no cofre do motor dão ao carro um jeito agressivo que não combina com as quatro portas".

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